FOLHAS MONO E DICOTILEDONEAS
1. Folha - Monocotilédoneas
A estrutura anatómica do limbo das folhas de angiospérmicas monocotilédoneas varia bastante. Nas figuras 31 a 35, observam-se cortes transversais do limbo da folha de gramíneas cuja estrutura é típica desta família.
São distintos o sistema dérmico representado pela epiderme da página interna (epd-pi) e da página externa (epd-pe), o sistema vascular representado por feixes duplos fechados (fxv-df) e o mesófilo (mes) constituído por células de parênquima, idênticas.
A epiderme pode incluir vários tipos de células entre as quais algumas mais volumosas, na epiderme da página interna - fig. 34 e 35 - designadas células motoras (cél-mt) que estão associadas ao enrolamento das folhas em condições de secura. São ainda estruturas da epiderme o indumento - fig. 34 - constituído por tricomas (pêlos da epiderme) de formas diversas e os estomas (não visíveis nas imagens deste documento). As folhas de gramíneas apresentam tecido de suporte - fig. 32, 34 e 35 - do tipo esclerênquima, nomeadamente fibras (esc) associadas aos feixes em faixas longitudinais. As baínhas dos feixes são também características de gramíneas - fig. 34 - podendo apresentar uma baínha dupla (bd) constituída por uma faixa interna de células de parede mais espessa (bd-ci) e outra externa de paredes mais delgadas (bd-ce).
2. Folha - Dicotilédoneas
A estrutura anatómica do limbo das folhas de dicotilédoneas pode variar em função do habitat da espécie. Nas espécies xerófitas (adaptadas a ambientes secos) o mesófilo é mais compacto apresentando maior proporção de parênquima clorofilino em paliçada e menor volume de espaços intercelulares. A epiderme da folha destas plantas pode apresentar uma cutícula espessa e um número variável de estomas. As figuras 36 a 44 mostram a estrutura anatómica do limbo das folhas de dicotilédoneas onde se observa o mesófilo diversificado - fig 36 e 37 - em parênquima clorofilino em paliçada (p-pal), junto à epiderme superior, e parênquima clorofilino lacunoso (p-lac) junto à epiderme inferior. Na estrutura da folha de sobreiro observa-se o maior desenvolvimento do parênquima em paliçada.
Integrado no parênquima do mesófilo - fig. 37 - podem observar-se feixes vasculares (fxv) de dimensão variável.
São evidentes, nas figuras 37 a 40, os tricomas (tric) que apresentam formas variadas. Na zona da nervura principal - fig. 36 - observa-se o xilema (xil) na posição voltada para a página superior e o floema (flo), voltado para a página inferior. É ainda evidente um tecido de suporte - fig. 36 e 40 - associado aos feixes que percorrem as nervuras maiores, geralmente constituído por colênquima (col).
Em aglomerados sobre os feixes ou associado à baínha dos feixes - fig. 38 - pode formar-se também esclerênquima (esc), presença comum em plantas xerófitas.
A estrutura anatómica do pecíolo da folha apresenta características idênticas às da anatomia do caule.
O corte da folha de eucalipto - fig. 41 e 42 - mostra câmaras secretórias (cam) bem desenvolvidas.
A folha de Ficus sp. - fig. 43 e 44 - possui uma epiderme superior multisseriada (epd-ms) onde se oberva um cistolito (cist), formado pela cristalização de carbonato de cálcio, que se salienta da parede celular.